Vale do Tejo – Terras de Vinho Milenar

Vale do Tejo

Vale do Tejo – Terras de Vinho Milenar

Outrora desenvolvidas pelo Império Romano, as terras vitivinícolas da região de Vale do Tejo só atingiriam o seu auge de produção no século XIII. Desde então que sempre produziu vinho em quantidade, sendo considerada pelo setor como uma região nuclear do país. Tem como particularidades a diversidade de solos e climas, assim como cultivos de grande dimensão e baixos custos de produção. Esta dinâmica permite-lhe produzir vinhos brancos e tintos virtuosos a preços bastante competitivos.

Terroirs distintos

Geograficamente, Vale do Tejo está subdividido em seis sub-regiões: Almeirim, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Santarém e Tomar. Esta última é a mais fresca, enquanto Coruche é a mais quente, com um retrato paisagístico similar às planícies alentejanas. O clima mediterrânico, influenciado pelo rio Tejo, faz com que as temperaturas médias oscilem entre 15º C e 17,5º C. 

 Por entre as divisórias da região estão definidos três terroirs principais que diversificam as qualidades dos produtos finais: 

  •  Charneca está localizada a sul do campo, na margem esquerda do rio Tejo. Apresenta solos arenosos e medianamente férteis, tendo assim caráter quer para produzir vinhos tintos como brancos. 
  • Bairro encontra-se entre o Vale do Tejo e os contrafortes dos maciços de Porto de Mós, Candeeiros e Montejunto. Os solos caracterizam-se por serem argilocalcários, o que remete para castas tintas. 
  • O Campo situa-se ao longo das extensas planícies adjacentes ao rio Tejo. Estas estão sujeitas a períodos de cheias, apesar de ocorrerem com menos frequência devido à gestão dos caudais feita por várias barragens. Em todo o caso, estes fenómenos elevam os índices de fertilidade dos solos, o que torna o terroir apto à produção de vinhos brancos.

Fonte: Vinhos do Tejo

Ao longo do território são utilizadas várias castas, sendo algumas das principais a Fernão Pires, a Touriga Nacional (casta nobre portuguesa), a Trincadeira e a Castelão, uma das uvas mais simbólicas da região. Pelos diversos terroirs, é possível sentir no palato os perfis da região. Desde vinhos brancos muito frutados e de aromas tropicais ou florais, até tintos jovens, aromáticos e de taninos suaves. 

Mudança de paradigma

A região era antigamente denominada Ribatejo e a sua marca passou durante muito tempo uma imagem negativa dos vinhos da região. Produziam-se grandes volumes de vinho a preços mais baixos, que posteriormente eram vendidos a granel aos restaurantes e tabernas lisboetas.  

 A qualidade percebida era baixa, no entanto, os últimos 15 anos foram determinantes para a mudança de paradigma. Foi implementada uma nova estratégia de marketing, que começou pela alteração do nome da marca – “Vinhos do Tejo”. 

Esta pequena mas impactante transição incentivou os produtores vitivinícolas a aumentar a qualidade dos seus vinhos. Implementaram tecnologia moderna nas adegas, substituindo os grandes tonéis e depósitos de cimento (que produziram milhões de litros de vinho) por cubas de aço inoxidável, sistemas de refrigeração e pipas de carvalho para o envelhecimento do vinho. Além disto, começaram-se a valorizar cada vez mais as castas autóctones, assim como o maior cuidado dos solos e plantações. 

 Desta combinação de ações tem resultado o crescimento de um mercado cada vez mais atento ao futuro. Com perspetivas de projeção nacional e internacional com a máxima da qualidade a ditar a ordem de trabalhos. 

Provas de sucesso 

Num setor aguerrido como o vitivinícola, parte do reconhecimento vem na forma de prémios nacionais e internacionais. Carimbos de mérito representativos da mudança de mentalidade e modus operandi da região. 

 Adega Cooperativa do Cartaxo tem sido condecorada quer pelos seus vinhos brancos como tintos. Em 2021, entre outras premiações, garantiu a Medalha de Ouro no Concurso Wines of Portugal com o seu “Bridão Clássico”, D.O.C do Tejo Tinto 2018. De igual modo, arrecadou a Medalha de Ouro no Concurso Enológico Internacional Città del Vino, com o seu “Bridão Colheita Tardia”, D.O.C. do Tejo Branco 2017. Já em 2014, a mesma Adega tinha sido reconhecida como a Adega Cooperativa do Ano pela Revista Vinhos. 

 Na mesma lógica de prestigio e distinção, a empresa Falua – Sociedade de Vinhos, S.A. demarca-se constantemente nas mais variadas competições.  Entre outros prémios, o seu produto “Conde Vimioso Reserva Tinto 2018” ganhou a medalha de ouro na competição China Wine & Spirits Awards 2020 e adquiriu 93 pontos na revista Wine Enthusiast Magazine. Na mesma medida, o produto “Conde Vimoso Reserva Branco 2018” foi o vencedor da medalha de ouro no Concurso Vinhos de Portugal, e conquistou a Medalha Altamente Recomendado da Revista de Vinhos. 

 A culminar os grandes vencedores da região, a Quinta de Pancas Vinhos, S.A. tem sido um dos principais players do setor vitivinícolaO seu produto “Pancas Branco 2019” foi reconhecido com a medalha de prata no International Wine Challenge 2021. Na mesma competição e ano, o vinho “Reserva Tinto 2017” foi igualmente galardoado com a medalha de prata.

A cultura da terra

Por entre as suas rotas conhecidas, entende-se que Vale do Tejo é terra de de castelos, mosteiros e igrejas, com paisagens de preciosa beleza natural e rural. A agricultura extensiva preenche as vastas planícies: produtos hortícolas e frutícolas, arroz, oliveiras e, claro, vinha. As tradições, marcadas pelos trajes e pelas danças imensamente ritmadas, pintam o retrato de uma população que preza a cantiga, a dança e os prazeres do campo. As feiras e festas com o mote da agricultura, vinha e coudelaria pontuam aquela que é uma relação de grande intimidade com as atividades terrestres.