Martim Guedes – Aveleda | Entrevista

Martim Guedes

Martim Guedes – Aveleda | Entrevista

A HMW tem vindo a registar um forte crescimento desde que o seu conceito foi lançado no mercado, apostando cada vez mais em serviços amplamente diferenciadores, subjacente a um acompanhamento permanente e especializado, que visa sempre apresentar soluções ajustadas à realidade de cada empresa, cada região e meio envolvente.

Atualmente, a HMW é uma das marcas líder a nível nacional na área dos serviços especializados para as empresas vitivinícolas, destacando-se os serviços de Incentivos & Benefícios Fiscais, Sistemas de Gestão, Excelência Operacional e, Corporate Finance & Real Estate.

Registamos, por exemplo, a entrada no nosso portefólio de clientes de organizações como a Aveleda, Esporão, Symington, Viniportugal, Soalheiro e Adega Ponte da Barca.

No âmbito da comemoração dos 32 anos de atividade do Grupo HM Consultores e no sentido de podermos promover os nossos serviços e demais clientes, acabamos de lançar o novo website, bem como a nova newsletter do grupo, que conta com uma entrevista a Martim Guedes, Administrador da Aveleda e um dos nossos principais clientes, na qual procuramos perceber quais os drivers de atuação da empresa e, perspetivas para o futuro.

 

Como analisa a evolução do setor nos últimos 5 anos?

É muito positiva. A origem Portugal é cada vez mais reconhecida e credível para os compradores e opinion leaders. As exportações crescem. O setor tem sabido dar resposta aos desafios e tirado partido dos incentivos públicos de forma responsável.

 

Os vinhos portugueses têm registado maior reconhecimento a nível internacional. Quais os mercados mais apelativos para a oferta nacional? Quais os mercados em que a Aveleda mais aposta?

Portugal tem crescido nos mercados mais competitivos: EUA, Alemanha, Canadá, Brasil, Suíça. São também estes os principais mercados da Aveleda. São mercado que valorizam a qualidade e gostam de aprender e conhecer os vinhos e toda a sua história. Há alguns mercados mais difíceis por serem muito focados em preço – China e UK – mas onde os sinais recentes são positivos. Aqui precisamos de divulgar mais a nossa qualidade. Temos também encontrado alguns novos mercados com bons sinais de crescimento – Polónia, Japão, México, Bálticos.

 

Tendo por base uma oferta ampla e em certa parte semelhante, quais as variáveis de diferenciação nas quais as empresas portuguesas devem apostar?

Quando somos um “newcomer” no mercado, temos de entregar mais qualidade do que o consumidor está a pagar – “overdelivery” – até nos afirmarmos como origem de qualidade. França e Itália já fizeram este percurso. Para o consumidor mudar, tem de perceber que para o mesmo preço entregamos mais qualidade. Ainda somos muito pequenos nos grandes mercados, temos de ganhar a nossa relevância nas prateleiras e no reportório dos consumidores. É uma conquista que está a ser feita, mas longe de estar concluída.

 

O projeto vitícola de Cabração acaba por ser um marco estratégico para a consolidação da estratégia de crescimento da Aveleda?

Sim, é muito marcante. É a nossa maior área de vinha, com enorme potencial qualitativos, com a particularidade de ser em solos de xisto, que não é comum na região dos Vinhos Verdes. Mas também uma parceria que tem muito significado para nós. Identificamos um terreno baldio que era fustigado pelos incêndios, que ameaçavam as populações. A criação de uma mancha de vinha em torno das zonas habitadas atua como uma barreira à propagação do fogo, ao mesmo tempo que traz emprego e dinamismo à economia. Foi uma operação com ganhos para ambos os lados, muito valorizada na região.

 

A recente entrada da Aveleda na Região do Algarve, tem subjacente uma aposta mais vocacionada para atividades de enoturismo?

Não só, mas também. O levantamento que fizemos da região mostra uma grande potencial para vinhos de qualidade, numa região que não tem tido a atenção que os seus vinhos merecem. O enoturismo é também uma oportunidade para enriquecer a oferta turística da região, mas que será uma consequência natural do sucesso que os Vinhos do Algarve possam alcançar. Com a marca Villa Alvor temos uma oferta que traduz o potencial da região em Brancos, Tintos e Rosés, em várias castas e gamas. Para já o projeto está apenas direcionado para o consumo na região, mas com o lançamento da colheita de 2019 vamos alargar também à exportação.

 

Quais os drivers de atuação da Aveleda para os próximos anos? E do setor?

Acreditamos que o setor se vai continuar a desenvolver, com mais qualidade, diversidade, dinamismo e uma aposta no know-how e formação dos técnicos. Na Aveleda continuaremos com o desafio de apostar em dois caminhos muito diferentes, mas com muito potencial. Por um lado, a inovação; tanto em marcas mais abrangentes como Casal Garcia (onde já lançámos as Sangrias Tinta, Branca e de Espumante; o Sweet e o Fresh Red), mas também em todas as marcas, apostando em novas castas, métodos de vinificação, de estágio ou envelhecimento. Por outro lado, estamos a reforçar muito toda a gama premium, nas marcas Aveleda, Adega Velha e Quinta Vale D. Maria.

Martim Guedes

Co-CEO Aveleda

 

A Aveleda em números:

  • 400 ha de vinhas próprias;
  • 19 milhões de garrafas produzidas e comercializadas anualmente;
  • 38 milhões de euros de volume de negócios em 2018;
  • 67% taxa de exportação;
  • 70 mercados de exportação;
  • 147 colaboradores.