Liderar e investir em tempos de crise são, por inerência, tarefas dificílimas. Perante um cenário de incerteza, a tomada de decisão deve analisar ao mais pequeno detalhe os prós e os contras, os custos e os benefícios. De acordo com o perfil do investidor, o risco pode ter mais ou menos peso na decisão final.

É necessário reter que não é tudo uma questão de mindset: Investir sem ter a estrutura financeira aconselhável pode ser meramente irresponsável. Contudo, é também interessante aferir que estas temporadas constituem tanto um desafio como uma oportunidade para as empresas se diferenciarem da concorrência.

Incorrer em projetos de investimento quando a maioria das empresas está focada na manutenção das atividades, pode alavancar o seu negócio de uma forma sem precedentes. Para o efeito, pode contar com incentivos e benefícios fiscais, ou medidas de apoio governamentais. Estímulos que fazem a diferença na hora de investir ou de garantir maior fundo de maneio.

Recentemente, a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, anunciaram um pacote de medidas que visam apoiar o setor vitivinícola:

  1. A inclusão do setor do vinho na medida de apoio temporário excecional aos agricultores e às pequenas e médias empresas, particularmente afetados pela crise da COVID-19
  2. O apoio ao investimento orientado para o aumento da capacidade de armazenamento de vinho
  3. A abertura, ao setor do vinho, de candidaturas à medida «3.3.1 – Investimento, transformação e comercialização de produtos agrícolas»
  4. A possibilidade de abertura de candidaturas à destilação de crise – que serão calendarizadas ao longo de 2021

As candidaturas à primeira medida terminaram no final do mês de maio. Um universo de cerca de 750 produtores vão, ao todo, ter um apoio que pode chegar até 50 mil euros.

O apoio da segunda medida deverá abrir candidaturas em agosto e decorrerá no regime de custos simplificados. A taxa de apoio pode chegar aos 45% a fundo perdido.

O anúncio de candidaturas para a terceira medida tem abertura prevista para o 4.º trimestre do ano. Neste caso, a taxa de apoio pode também ir até aos 45% a fundo perdido.

Por último, a data de candidaturas à quarta medida está dependente do comportamento do setor e das previsões para as vindimas de 2021, sendo a dotação do apoio suportada pelo Plano Nacional de Apoio ao Setor do Vinho.

É significante referir que estes apoios são cumulativos, isto é, os beneficiários podem aceder a todas as medidas em simultâneo.